à la minute: Conversas com o velho Daniel Boulud

Mal havia feito a digestão do almoço do Eleven Madison e já era hora de seguir para mais um restaurante. Nossa reserva, feita há um mês também, era para as 20h30. Estávamos em cima da hora e pegamos um táxi para chegarmos mais rápido. A previsão metereológica era de neve, mas só havia uma chuva fina e bem gelada.

O restaurante Daniel fica numa rua super charmosa do Upper East Side, no andar térrio de um prédio. O local é super grande e ostenta luxo e ares franceses. Logo na recepção há um bar onde pudémos tomar um drink antes de irmos para o salão principal. Fomos de Champagne Mojito - um drink é a base rum, limão, hortelã, mel, gelo e finalizado com champagne. Ótimo!

Como em outros restaurantes dos Estados Unidos, este também tem dress code bem formal. Fui com uma calça clara e um blazer de veludo marrom. Antes de entrarmos a hostess encrencou com meu blazer oferecendo-me um outro para que eu pudesse sentar à mesa no salão principal. Argumentei com ela que embora fosse de veludo era um blazer como outro qualquer. Ela não quis discutir e me deixou entrar. No salão outro stress: eu havia tirado o blazer porque estava quente e queria ficar mais a vontade, até que o maître pediu-me para vistí-lo novamente pois era uma exigência do local. Quanta formalidade. Na saída, a espera de um táxi com outros clientes do restaurante, percebi que haviam pessoas trajando jeans.

O restaurante Daniel é mais um dos restaurantes estrelados de Nova Iorque que valem a pena conhecer. E conseguir uma mesa é muito difícil. Deve-se fazer a reserva com meses de antecedência.

Como nos demais restaurantes visitados, notei que há uma certa repetição: o serviço é impecável, da recepção a explicação dos pratos e indicação dos vinhos, tudo é muito profissional. Muita gente trabalhando por lá, vários garçons, bus-boys, sommelier e garçons só para retirarem os pratos e limparem a toalha.

O menu era do tipo degustação e podia-se fazer a escolha de um set course de três, cinco ou oito pratos. Optamos por um de três.

O vinho escolhido foi um Chevrey Chambertin 2007. Um vinho frutado e bem estruturado, ótimo com peixes de sabor pronunciado e carnes vermelhas.

foto: divulgação

Assim, vieram as entradas: pãezinhos feito na casa e manteiga; um trio de abóboras em interpretações inusitadas - no centro um creminho com grissini de gergelim branco e preto, nas pontas um com peixe branco e outro com camarão. Detalhe super charmoso e funcional, ficou por contra da estrutura que apoiavam as louças: encaixe perfeito no prato, sem deslizar, como se fosse uma ponte.

Os primeiros pratos foram duo de lagosta e trio de salmão.

Os pratos seguintes foram: dois tipos de carne com polenta e um atum selado só por fora.

As sobremesas deixaram um pouco a desejar, talvez pela expectativa de vir algo que realmente supreendesse. A primeira era a base de coco, abacaxi e maracujá (super tropical, super Brasil) - a bola maior ao fundo é uma maria mole (acreditam! um restaurante estrelado do Michelin servindo maria mole, isso é incrível!). A outra sobremesa foi um bolo de chocolate com cones de doce de leite (fico devendo a foto dessa, a que tiramos não dá para publicar no blog). Ambas estavam ótimas.

Os acompanhamentos do café, um verdadeiro espresso: seis mini docinhos variados (macaron, tortinha, etc) e madeleines.

Um jantar que durou um pouco mais de duas horas. Com direito a uma visita de Daniel Boulud ao salão e uma conversa conosco sobre futebol (quarta-feira, dia 9 de fevereiro, parece que a seleção canarinho enfrenta a França num amistoso em território francês). Super simpático!

A frequência é basicamente de casais e grupos comemorando algo, seja um aniversário, um data romântica, etc.

fotos: divulgação

O restaurante Daniel está presente em várias lista como um dos melhores restaurantes do mundo: na lista dos 50 melhores do mundo da S. Pellegrino ocupa a 8ª posição (no ano passado estava na 41ª). Além de ser dono de quatro estrelas pelo New York Times (2010) e três estrelas pelo Guia Michelin. O Chef Daniel Boulud começou sua carreira bem cedo, trabalhou sempre com os melhores chefs. Além do restaurante Daniel, tem outros espalhados pelos Estados Unidos.