quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vitello Tonnato



Se você leu o post anterior e ficou com vontade provar o tal vitello tonnato, aí vai a receita.  Não é difícil e são poucos os ingredientes necessários para o preparo.
 
Na Itália, este é um prato servido como entrada (antipasto), mas nada impede de ser principal acompanhada de uma saladinha de rúcula.
 
Bom apetite!!!!
 
 
  

Vitello Tonnato

Ingredientes:
250g de cenoura em cubos
250g de cebola em cubos
350g de salsão em cubos
1kg de lombo de vitelo
Sal refinado a gosto
Pimenta do reino preta em grãos moída na hora a gosto

Modo de Preparo:
Preparar um fundo de vegetais com os legumes.
Após 20 minutos acrescentar a carne temperada com sal e pimenta e deixar cozinhar por cerca de 20 minutos ou até estar macia.
Retirar a carne do caldo, escorrer, resfriar e cortar em fatias muito finas (o ideal é deixar a carne resfriar bem e depois fatiar com o auxílio de fatiadora de frios). Reservar.

Molho de Atum

Ingredientes:


510g de atum em conserva
90g de alcaparras dessalgadas
10 filés de anchovas dessalgados
300g de maionese
Sal refinado a gosto
Pimenta do reino preta em grãos moída na hora a gosto
1/2 maço de rúcula selvagem (opcional)

Preparar o molho processando o atum, metade das alcaparras, as anchovas e a maionese, alongando com um pouco do fundo utilizado no cozimento da carne.
Distribuir as fatias de vitello sobre o prato, dispor o molho sobre a carne.
Decorar com alcaparras restantes e a rúcula.

Rendimento: 5 porções
Custo aproximado: R$ 25,00
Tempo de preparo: aproximadamente 1 hora
Dificuldade: média

Bra - A meca do Slow Food

fonte: Slow Food (www.slowfood.com)

Estar na região do Piemonte e não ir a Bra, cidadezinha onde se iniciou o movimento Slow Food (e também cidade-sede do movimento), é o mesmo que ir ao Rio de Janeiro e não conhecer o Cristo Redentor ou ir ao Louvre e não ver a Monalisa.  É claro que a questão não é só visitar a pequena cidade, mas viver a filosofia do Slow Food.

Foi aqui, em 1989, que Carlo Petrini iniciou o movimento Slow Food, chamando atenção para o modo como o alimento deve ser visto - relação comida e planeta (leia-se aí paisagem, biodiversidade da terra e tradições locais).


"O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtos." (fonte: www.slowfood.com).  O Slow Food tornou-se a voz ativa da agricultura e da ecologia, onde prazer e alimentação se mesclam a consciência e responsabilidade.

fonte: Slow Food (www.slowfood.com)

Segundo Petrini, "é inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas".

E é esse o espírito dessa cidade graciosa que lembra um pouco Campos do Jordão (claro que com as devidas proporções). Com suas ruas de paralelepído e com lojinhas com produtos locais e um povo super amistoso e hospitaleiro. Eu, que de bobo não tenho nada, fui duas vezes.

    

Na primeira vez fui ao Café Conveso, um dos locais históricos da Itália.  Pequeno e charmoso, esse café tem uma confeitaria que prima pela delicadeza dos doces e bolos. E sim, eles fazem um babá au rhum muito bom. Sempre cheio de gente é o lugar para ver e ser visto.  Mas não é só isso, o café é bom, os doces também e o serviço é bem acima da média italiana (o que é muito bom!).

   

Gelato I.G.P.: nesta sorveteria a produção é pequena e diária.  Uma placa grande sinalizada pela inscrição IGP (Indicazione Geografica di Produzione), menciona não apenas o nome do lugar, mas mostra o quanto o fato dos produtos serem locais é valorizado.  Além disso, dizem também que seus produtos não levam colorantes e conservantes, respeitam a natureza, as frutas usadas na produção dos sorvetes são colhidas diretamente das árvores e somente na safra.

 
 
Já na segunda vez que fui a Bra, a experiência foi além do café e dos doces. Almocei numa das melhores Osterias indicadas pelo Slow Food, a Boccondivino.  Lugar incrível, simples e ao mesmo tempo com ar de extensão da casa (lembrou do comfort food???).
 
 
Neste restaurante pode-se pedir pratos individualmente ou seguir um dos menus degustação, com trufas ou sem (se quiser substituir algum prato desses menus não tem problema, eles fazem numa boa). As porções são fartas (e ditas normais por aqui, não adianta pedir meia porção). Os vinhos são todos piemonteses como manda os ditames do Slow Food.
 
Fui de menu degustação tradicional: Vitello Tonnato (fatias finas de carne com miolo rosado e um molho a base de atum leve e bem aerado),  Polpo arrosto con crema di cicerchia Serra dè Conti (polvo grelhado com creme de grão de bico Serra dè Conti),
 

 

 
Cardi "Gobbi di Nizza Monferratto" con fonduta al Raschera (cardo con creme de queijo Raschera) e Tajarin "40 tuorli" con Ragu di Salsiccia di Bra (talharim "40 gemas" con ragu de linguiça di Bra) - é isso mesmo, a massa é feita com 40 gemas (assustou, mas é assim mesmo),
 
   

Agnolotti "del plin" al burro e rosmarino (agnolotti del plin com manteiga e alecrim) e Brasato di vitello al Barolo.
 

 

E encerrando esse almoço delicioso: Panna Cotta, Zuccoto ai Marroni (Zuccoto com Marrom Glacê) e Bunet. Defeito: todas as sobremesas vieram com mesma calda de caramelo decorando os pratos - falta de imaginação total!!!
 

 



Serviço:
Caffè Pasticceria Converso
Via Vittorio Emanuele, 199 - Bra (Itália)
tel: 0172 413626
www.converso.it

Osteria Boccondivino
Via Mendicità 14 - Bra (Itália)
tel.: 0172 425674
www.boccondivinoslow.it

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A Disneylândia dos foodies

 


A princípio o Eataly aparenta ser apenas um mercado gourmet como tantos outros espalhados por aí.  Sim, é um mercado gourmet, mas com algo mais - seus produtos são selecionados pelos preceitos do Slow Food, respeitando e valorizando o que é produzido localmente. E tudo parece tão belo e gostoso que dá vontade de experimentar e comprar tudo. ;-)

fonte: Eataly (www.eataly.it)

Em Torino está o primeiro Eataly idealizado por Oscar Farinetti em 2007, aberto muito antes da primeira loja da rede em Nova Iorque (sim, aquela de Mario Batali).  O prédio restaurado, era uma antiga fábrica de bebidas. 

fonte: Eataly (www.eataly.it)

A distribuição da loja é igual a todas as outras, só que com seções amplificadas, com muitas opções de produtos locais.  São dois andares repletos de "altas comidinhas" como próprio logo diz, além de livros, utensílios e equipamentos para cozinha.  Além disso, pode-se comer e beber em dos restaurantes a bom custo-benefício. Uma dica boa é degustar uma das cervejas artesanais, uma tendência italiana.



 

Em breve, São Paulo também terá uma unidade desse mercadinho gourmet. A promessa é para o primeiro semestre de 2013. Aguardemos.

Para saber mais: www.eataly.it