terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

As sacadas de Daniel Humm


Já na Big Apple - Nova Iorque - nossa maratona gastronômica começou bem.  O dia é especial; lá fora as ruas com vestígios de neve e um friozinho bem gelado. 

O Eleven Madison Park é mais um dos restaurantes estrelados de Nova Iorque que valem a pena conhecer.  E conseguir uma mesa é muito difícil.  A nossa conseguimos com um mês de antecedência. O chef e proprietário é o também premiado Daniel Humm.


Localizado na Madison Avenue com a 24th Street.  Pé direito alto, o local mostra sua imponência.  Das janelas imensas, uma vista do parque, que hoje está coberto pela neve.

O serviço é impecável, da recepção a explicação dos pratos e indicação dos vinhos, tudo é muito profissional.  Muita gente trabalhando por lá, vários garçons, bus-boys, sommelier e garçons só para retirarem os pratos e limparem a toalha.


À mesa, guardanapo no colo, o cardápio surge sobre o prato - uma folha quadrada de uns 25cm com os itens que comporiam o set course. Simples é o lema desse restaurante; no cardápio apareciam apenas o ingrediente principal (frango, peixe, cenoura, queijo).

Esse restaurante foi mais tranquilo em relação aos outros que já havia visitados nesta viagem; podia-se escolher 3 ou 4.  Escolhemos 4, não pela gula ou por estar famintos, mas pela oportunidade de conhecer um restaurante que está entre os 50 melhores do mundo.

O vinho escolhido foi um Onze Cuvée Eleven Madison Park, Napa Valley, California 2007.  Um vinho frutado, com aromas de amora e bem estruturado, foi uma excelente escolha para acompanhar os pratos variados entre peixes, carnes de porco e de ave.


Vieram as primeiras surpresas para preparar o paladar: pãezinhos de queijo do tipo croissant - leves, crocantes e saborosos. Uma consomê super levinho com bouquet garni de algas locais e ervas aromáticas, acompanhado de toasts de gergelim. Detalhe super charmoso, as algas e o bouquet garni vieram amarrados num galhinho que fazia as vezes de colher. 


Ainda na sequência das entradinhas (surpresa), uma casca de ovo recheada com um zambaione salgado, pesto leve e aromáticos.


Para finalizar as entradinhas: dois tipos de pães que vieram bem quentinhos, uma baguete e um com alecrim e sálvia; duas manteigas, uma a base de leite de vaca e outra de leite de cabra, sal grosso para completar.


Finalmente, os primeiros pratos da sequência de quatro escolhidos inicialmente: um foie gras com um tipo de gelatina de morangos e vinho tinto, acompanhado de toast de brioche.  O outro foi uma saladinha com queijo chèvre envolto em abobóra e pistache.


O próximos foram: peixe (skate) com algas, bok chaoy, curry, espuma de limão e purê de tangerina; o outro, uma lagosta com feijão verde


Os últimos pratos da sequência de salgados: carne de porco com uma massa tipo fusilli e grãos de mostarda; o outro, frango com aveia em grãos, uvas e cogumelos shimeji.


Para limpar o paladar e partirmos para as sobremesas, um sorbet leve de tangerina e laranja com um tipo de biscoito crocante moído.


As sobremesas, verdadeiras esculturas, um bolinho de chocolate com sorvete de banana, crocante de chocolate e banana caramelada; o outro, bolinho esfarelado, calda de limão, sorvete de iogurte de limão e azeitonas verdes frescas.  Estranho? Mas estava uma delícia.


A sequência de acompanhamentos do café: placas de chocolate com especiariais, lollypop de bananas com chocolate e nozes, e crisps de amendoim.


Um almoço de um pouco mais de duas horas, repleto de surpresas boas.  As misturas neste não me pareceram pura experiência como visto em alguns restaurantes, mas sim comida em que o ingrediente principal é a estrela do prato.

No horário do almoço a frequência é basicamente de executivos, casais de várias idades e grupos de amigos.  Na reserva havia um lembrete de dress code - blazer, mas o que se via hoje, durante o almoço, eram pessoas trajando roupas casuais e até tênis. Acredito que essa imposição não é seguida a risca.  Será que no próximo restaurante com o mesmo dress code eu posso ir com meu confortável jeans e meu velho tênis, sem ser barrado na porta?

foto: divulgação

O Eleven Madison Park está presente em várias lista como um dos melhores restaurantes do mundo: na lista dos 50 melhores do mundo da S. Pellegrino ocupa a última posição logo no ano de sua estréia na lista.  É, também, dono de quatro estrelas pelo New York Times (2009) e pela Forbes (2010).  O Chef Daniel Humm já recebeu inúmeros prêmios como chef do ano em 2004, 2008 e 2010.

foto: divulgação

Serviço:
Eleven Madison Park
11 Madison Avenue
New York City, NY
(212) 889-0905
Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 12 às 14h (almoço) e das 17:30 às 22h (jantar).
Entrada no restaurante somente com reservas antecipadas através do site: http://www.opentable.com/

2 comentários:

  1. hummm me deu água na boca,... hehehehe

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  2. Foi muito bom conhecer o que Daniel Humm apronta na cozinha ... o cara manda muito bem!

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