Sempre gostei das festas de final de ano. As pessoas ficam mais sensíveis e amigáveis. E no ar paira um clima de cordialidade. Tudo fica bonito.
Esse ano não poderia ser diferente, resolvi ir para a cozinha e preparar a ceia de Natal da família. Já tinha feito isso no ano passado, mas este ano foi diferente mesmo. A coisa pareceu-me mais profissional.
O cardápio foi pensado em unir o aprendizado do semestre com o frescor dos produtos da terra.
Para as entradinhas (aqui chamados de appetizers só para ficar mais chic!) um trio de queijos: um gorgonzola italiano legítimo, um camembert assado ao forno com mel e pistaches e um delicado queijo de cabra envolto em nozes. Só para completar a bossa: azeite extra-virgem com alecrim e grãos de pimenta, grissini com parmesão e pão sueco.
A salada foi bem simples: folhas baby de alface – lisa, roxa e romana – e rúcula precoce com um emulsão aveludada de azeite, aceto balsâmico, sal e pimenta do reino.
O prato principal o grande astro o Pernil (que tomou o lugar do Peru que dominou por muitos anos a mesa dos Galluzzi). É indescritível o prazer que senti ao ver a carne douradinha do pernil. Pra ser sincero (e olha que sou super confiante no que faço e me proponho a fazer) fiquei um pouco receoso ao ter decidido assar pernil. Primeiro por que exagerei no tamanho – 7,7 kg – e depois pelo tempo que demoraria no forno – segundo a lenda, uma hora para cada quilo. Mas no fim tudo deu certo e foi só sucesso.
O assado ficou tenro e bem temperadinho. Depois de dois marinando na geladeira não há tempero que não penetre na carne. Era possível sentir o sabor dos temperos da marinada no centro do pernil.
Os acompanhamentos foram: duo de purês (um de batata doce amarela e outra de batata doce roxa), cebolas carameladas no mel, farofa de figo, damasco e sálvia frita, batatas coradas com alecrim e sal grosso e um arroz pilaf para arrematar. Nesse quesito devo confessar que era muito doce para pouco salgado.
Para sobremesa escolhi duas infalíveis: um mousse de chocolate amargo e uma panna cotta com macedônia de frutas frescas e pralinê de castanha do Pará, ambas servidas em copinhos de cachaça.